segunda-feira, 3 de maio de 2010

As duas forças políticas do período pré-constitucional

Após a revolução o poder ficou a cargo de uma Junta de Salvação Nacional constituída por sete oficiais de alta patente das Forças Armadas.
No programa do MFA encontravam-se as primeiras medidas a ser tomadas de forma a democratizar a sociedade portuguesa:
  • A Junta Nacional Portuguesa comprometia-se a escolher, entre os seus membros, um Presidente da República (que acabou por ser o próprio Spínola)
  • Por sua vez, o presidente nomearia um Governo Provisório Civil
  • Foi também decidido que, no prazo de um ano, seria eleita por sufrágio universal uma Assembleia Constituinte; nesse momento a Junta de Salvação Nacional cessaria as suas funções e as Forças Armadas retomariam o seu papel na defesa do país

No entanto, a transição do poder não foi assim tão simples:

  • Formaram-se duas forças políticas durante o período pré-constitucional
  • Uma, a mais moderada, era liderada por António Spínola: defendia uma solução federalista para a questão colonial e procurava controlar o movimento popular que, no seu entender, poderia originar uma nova ditadura mas de extrema-esquerda
  • Outra, a mais radical, era representada pelo MFA e pelo brigadeiro Vasco Gonçalves: defendia a independência das colónias sem contrapartidas e a orientação do regime segundo o ideário do socialismo revolucionário


Em Setembro de 1974, Spínola acaba por demitir-se após o fracasso de uma manifestação de apoio da “maioria silenciosa” – expressão usada pelo próprio para designar aqueles que não desejavam que o país enveredasse para a esquerda radical.

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