quarta-feira, 24 de março de 2010

Conferência de Bangung e o Movimento dos Não-Alinhados

O período do pós-guerra revelou-se o momento ideal para os EUA e a URSS disputarem a sua influência económica sobre os países do Terceiro Mundo. Contudo, cinco estados, reunidos na Indonésia realçaram a sua intenção de não alinharem com nenhum dos blocos, visto que se recusavam a servir os interesses particulares das grandes potências. Esta reunião foi intitulada Conferência de Bandung que encorajou a afirmação política dos restantes países do Terceiro Mundo, contribuindo, deste modo, para o acréscimo do processo de descolonização que se verificou a partir daí.

Assim, em 1961 foi criado o Movimento dos Não-Alinhados por três chefes de Estado: Nasser (Egipto), Nehru (Índia) e Tito (Jugoslávia), que pretendiam, ao mesmo temo que davam continuidade ao espírito da Conferência de Bandung, mostrar a sua independência face à política dos blocos da Guerra Fria.

Este movimento conseguiu conquistar a adesão de muitos países que, apesar de neutrais relativamente às superpotências, se mostraram activos na reivindicação da liberdade política das colónias. Porém, também estes países não conseguiram escapar ao neocolonialismo.

Neocolonialismo

Um país do "Terceiro Mundo" é aquele onde a população, muito numerosa, é maioritariamente pobre, a tecnologia é atrasada, os cidadãos têm difícil acesso a bens essenciais como a água, alimentos, redes de transporte, entre outros, a taxa de mortalidade infantil é mais elevada e a esperança média de vida é mais baixa do que no mundo desenvolvido. Portanto, a expressão Terceiro Mundo designa os países menos desenvolvidos do planeta.
A segunda vaga de descolonizações, que se realizou em África, teve lugar entre 1955 e 1965 e tomou um sentido norte-sul. Assim, os países africanos alcançaram a independência através de movimentos nacionalistas e do apoio da ONU, que defendia, na Resolução 1514, que "todos os povos têm direito à livre-determinação".
Todavia, estes países do Terceiro Mundo continuam a ser controlados pelos países mais ricos, não a nível político mas económico. Por conseguinte, conseguem comprar aos países pobres as matérias-primas a preços baixos e vendendo-lhes, a preços elevados, os produtos industriais.

terça-feira, 23 de março de 2010

Formação da CEE

Desde o fim da Segunda Guerra Mundial que é sentida a necessidade de superar as dificuldades europeias e, como tal, era necessário unir esforços.
Assim:
  • Em 1948 é criado entre três países um acordo que permite a livre circulação de mercadorias - anulando, portanto, as tarifas alfandegárias; estes três países foram a Bélgica, Holanda e Luxemburgo que ficaram conhecidos por Benelux
  • Em 1950, o economista Jean Monnet concebe a CECA (Comunidade Europeia do Carvão e do Aço) tendo por base a Declaração de Schuman. A CECA era constituída pela Alemanha, França, Itália e pelos três países do Benelux
  • Por fim surge, em 1957, a Comunidade Económica Europeia, constituída pelos seis países referidos anteriormente (Alemanha, França, Itália e Benelux).

Os objectivos da CEE eram essencialmente económicos: pretendiam estabelecer um mercado comum, uma aproximação progressiva das políticas económicas e uma expansão contínua e equilibrada.

quarta-feira, 17 de março de 2010

O corte de relações entre a URSS e a China

Em 1949, Mao Tsé-Tung fundou a República Popular da China. O regime político aí implantado tinha características específicas, através das quais Mao ajustava a doutrina marxista-leninista à realidade chinesa (maoísmo). Assim, em vez da ditadura do proletariado, Mao enalteceu o papel dos camponeses. A novidade consistia em construir o socialismo num país agrário:
  • Em vez da indústria pesada, as medidas tomadas visavam o desenvolvimento agrícola: em 1958 foi levada a cabo uma reforma económica intitulada “o grande salto em frente”, que tinha por base o fomento da agricultura e a integração dos camponeses em comunas populares lideradas pelo PCC. Esta reforma foi um fracasso, pois os meios técnicos eram reduzidos e os métodos de trabalho utilizados nas oficinas eram antiquados
  • Em vez da submissão a Moscovo, Mao estabeleceu os fundamentos doutrinários de um socialismo nacionalista. Criticou o socialismo de Kruchtchev, acusando-o de “não escutar as massas”

Por divergências ideológicas e na condução da economia., em 1960, as ligações que existiam entre a URSS e a China romperam-se, agravando as dificuldades económicas da China.
Em 1964, o culto a Mao e ao maoísmo foi estimulado através da Revolução Cultural, movimento que pretendia aniquilar todas as manifestações culturais – na literatura, na arte, no ensino – que se afastassem do modelo socialista de Mao. A propaganda ideológica tinha por base o “livro vermelho” que reunia citações de Mao. A Revolução Cultural deu origem a excessos de agitação social que resultaram na humilhação, perseguição e assassínio de muitos cidadãos considerados contra-revolucionários.
O corte com a URSS trouxe a aproximação aos EUA, cujo presidente – Richard Nixon – visitou a China em 1971. No mesmo ano a China tornou-se membro da ONU.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Afirmação do Japão

Após a SGM, o Japão recuperou economicamente com grande sucesso de uma situação com condições muito desfavoráveis:
  • A derrota do Japão teve custos humanos e materiais muito elevados: a bomba atómica arrasou as populações das cidades de Hiroxima e Nagasáqui e o restante território, embora em menor escala, sofreu também uma grande destruição causada pela guerra; o país perdeu a soberania, ficando sob a autoridade dos EUA
  • Sendo um país pobre em recursos naturais, o Japão tinha que importar carvão, petróleo e gás para a indústria
  • A área cultivável do Japão era reduzida
  • O sistema social era altamente hierarquizado, submetido ao imperador e à nobreza

Perante este quadro, o facto de o Japão ocupar, 30 anos após a guerra, o terceiro lugar na economia mundial e conseguir ascender para o segundo lugar durante os anos 90, após o desmembramento da URSS, deve-se a vários factores:

  • A ajuda americana: enquanto ocuparam o Japão, os EUA ofereceram-lhe auxílio económico, aboliram a nobreza, fizeram aprovar a Constituição de 1945, incentivaram o controlo da natalidade e o acesso ao ensino. Esta intervenção provocou rápidas mudanças na sociedade e na economia, permitindo, aos EUA, dispor de um aliado para conter a expansão comunista na Ásia
  • A estabilidade política (assegurada pelo Partido Liberal-Democrata no poder desde 1955)
  • O investimento privado na indústria. Os sectores que registaram um maior desenvolvimento foram, numa primeira etapa (1955-1961), a indústria pesada e de bens de consumo e, numa segunda etapa (1966-1971), a siderurgia, a indústria automóvel e a produção de televisores
  • O incentivo do Estado, nos anos 60, à formação científica, que se traduziu, em curto prazo, num extraordinário avanço tecnológico
  • O papel protector das empresas relativamente aos seus funcionários, o que permitiu a melhoria da produtividade e fracos índices de contestação social, apesar dos baixos salários