terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Propaganda comunista

Doutrina de Jdanov:
«As potências que actuam no teatro mundial agrupam-se em dois campos distintos: o campo imperialista e antidemocrático de um lado; o anti-imperialista e democrático de outro.
Os Estados Unidos são a principal força dirigente do campo imperialista, a Inglaterra e a França estão unidas aos Estados Unidos. [...]. O seu objectivo consiste no fortelacimento do imperialismo, na preparação de uma nova guerra imperialista, na luta contra o socialismo e a democracia, assim como no apoio a todos os regimes e movimentos reaccionários, antidemocráticos e pró-fascistas.
O outro campo é constituído pelas froças anti-imperialistas e democráticas. A sua força reside na URSS e nas novas democracias.
O campo anti-imperialista apoia-se no movimento operário e nos movimentos democráticos de todos os países, nos Partidos Comunistas irmãos, nos movimentos de libertação dos países coloniais e dependentes [...].
O fim da Segunda Guerra Mundial colocou aos povos amantes da liberdade a importante tarefa de assegurar uma paz democrática durável, consolidando a vitória sobre o fascismo. É à União Soviética e à sua política externa que pertence o papel dirigente na concretização desta tarefa primordial do pós-guerra.»
Relatório de Andrei Jdanov, à Conferência dos Partidos Comunistas Europeus, a 22 de Setembro de 1947, que apresenta a mesma estrutura da doutrina de truman: apresenta todas as vantagens de se viver num país apoiante do bloco soviético, e critica o governo do bloco capitalista. Trata-se assim, de propagação do bloco soviético, também com o intuito de apelar aos países o seu apoio.


Propaganda capitalista

Doutrina de Truman:
«No actual momento da história do mundo, quase todas as nações têm de escolher entre dois modos de vida alternativos. E essa escolha não é, normalmente, livre.
Um dos modos de vida baseia-se na vontade da maioria e distingue-se pelas suas instituições livres, por um governo representativo, por eleições livres, pelas garantias de liberdade individual, de liberdade de expressão e de religião e pela ausência de opressão política. O segundo modo de vida baseia-se na vontade da minoria imposta pela força à maioria. Assenta no terror e na opressão, numa imprensa e numa rádio controladas, em eleições viciadas e na supressão das liberdades individuais.
Penso que a política dos Estados Unidos deve ser a de apoiar os povos livres que se encontram a desenvolver acções de resistência contra as tentativas de subjugação lançadas por minorias armadas e apoiadas por pressões externas.
Penso que devemos ajudar os povos livres a moldar o seu próprio destino como entenderem.
Penso que a nossa ajuda deverá ser essencialmente de natureza económica e financeira, essencial à estabilidade económica e a uma vida política serena.
O mundo não é estático e o status quo não é sagrado. Mas não podemos permitir a sua alteração [...] por métodos coercivos [...]. Ao ajudar as nações livres e independentes a manterem a sua liberdade, os Estados Unidos estarão a concretizar os princípios da Carta da Nações Unidas.»
Este foi o discurso apresentado por Harry Truman ao Congresso, a 12 de Março de 1947, que expressa claramente as características do bloco capitalista, "comandado" pelos Estados Unidos, inferiorizando e mostrando todos os defeitos do seu rival - o bloco comunista, "comandado" pela URSS. Deste modo, este documento é considerado uma forma de propaganda do bloco capitalista, a fim de conseguir mais países apoiantes.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Dois mundos opostos

O período que seguiu a Segunda Guerra Mundial designou-se por Guerra Fria, que consistiu na governação do Mundo por dois blocos com ideologias opostas - os EUA e a URSS. Esta oposição de ideologias entre os dois blocos nunca assumiu a forma de um conflito armado directo entre as duas potências, já que nenhuma delas queria enfrentar uma terceira guerra mundial.
Apesar disto, durante este período a Guerra Fria assumiu-se sob várias formas: propaganda política junto das populações, destacando as qualidades de um modo de vida por oposição ao outro, a fim de aumentar o numero de países apoiantes; intromissão nas questões de política internacional; e ambos os blocos requisitaram para a sua segurança e para ameaça ao outro bloco bastante armamento (arsenal nuclear).
Entre 1947-1955 inicia-se a Guerra Fria. É assumido pelas duas potências a separação ideológica, os EUA através da doutrina de Truman e a URSS da doutrina de Jdanov. A NATO, pelos EUA e o Pacto de Varsóvia, pela URSS, celebram as alianças militares para enfrentar um possível ataque; estes dois pactos, ainda que cada um pertencente a cada bloco, não evidenciam grandes diferenças entre eles. Neste período, os conflitos mais marcantes foram o Bloqueio de Berlim em 1948-49, a guerra entre a Coreia do Norte (comunista) e a Coreia do Sul (capitalista) entre 1950 e 1953 e a guerra da Indochina (1954).
Os anos que se seguiram, entre 1955-1962, consistiram na fase da coexistência pacífica da Guerra. Kruchtchev, sucessor de Estaline desde a sua morte (1953), tenta durante esta etapa uma aproximação ao Ocidente, simbolizada na visita aos EUA realizada em 1959. Em 1961 construiu-se um muro que viria a dividir Berlim oeste e Berlim leste, transformando a Alemanha em dois mundos incomunicáveis. Ainda neste fase, em 1962, a questão dos mísseis apontados aos EUA esteve perto de originar um conflito armado. Depois da questão de Cuba e até 1975 foram realizados vários acordos para a redução do arsenal nuclear e a Conferência de Helsínquia, em 1975, para o entendimento na Europa. No entanto, os EUA intervêm na guerra do Vietname, onde acabam por ser derrotados.
O período entre 1975-1985 marca a corrida aos mísseis em ambos os blocos (que se intensifica nesta altura), a invasão do Afeganistão por parte da URSS (1979), para impedir que o regime comunista seja derrubado, e é iniciado pelo presidente dos EUA, Ronald Reagan, um programa de rearmamento chamado "guerra das estrelas".

domingo, 7 de fevereiro de 2010

A Carta das Nações Unidas

Excerto da Carta das Nações Unidas

«NÓS, OS POVOS DAS NAÇÕES UNIDAS, DECIDIDOS:
A preservar as gerações vindouras do flagelo da guerra que por duas vezes, no espaço
de uma vida humana, trouxe sofrimentos indizíveis à humanidade;
A reafirmar a nossa fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e no valor da
pessoa humana, na igualdade de direitos dos homens e das mulheres, assim como das
nações, grandes e pequenas;
A estabelecer as condições necessárias à manutenção da justiça e do respeito das
obrigações decorrentes de tratados e de outras fontes do direito internacional;
A promover o progresso social e melhores condições de vida dentro de um conceito
mais amplo de liberdade;

E PARA TAIS FINS:
A praticar a tolerância e a viver em paz, uns com os outros, como bons vizinhos;
A unir as nossas forças para manter a paz e a segurança internacionais;
A garantir, pela aceitação de princípios e a instituição de métodos, que a força armada
não será usada, a não ser no interesse comum;
A empregar mecanismos internacionais para promover o progresso económico e social
de todos os povos;
RESOLVEMOS CONJUGAR OS NOSSOS ESFORÇOS PARA A CONSECUÇÃO DESSES
OBJECTIVOS.
Em vista disso, os nossos respectivos governos, por intermédio dos seus
representantes reunidos na cidade de São Francisco, depois de exibirem os seus plenos
poderes, que foram achados em boa e devida forma, adoptaram a presente Carta das Nações
Unidas e estabelecem, por meio dela, uma organização internacional que será conhecida pelo
nome de Nações Unidas.

Capítulo I - OBJECTIVOS E PRINCÍPIOS
Artº. 1

Os objectivos das Nações Unidas são:
1. Manter a paz e a segurança internacionais e para esse fim: tomar medidas colectivas
eficazes para prevenir e afastar ameaças à paz e reprimir os actos de agressão, ou
outra qualquer ruptura da paz e chegar, por meios pacíficos, e em conformidade com os
princípios da justiça e do direito internacional, a um ajustamento ou solução das
controvérsias ou situações internacionais que possam levar a uma perturbação da paz;
2. Desenvolver relações de amizade entre as nações baseadas no respeito do princípio da
igualdade de direitos e da autodeterminação dos povos, e tomar outras medidas
apropriadas ao fortalecimento da paz universal;
3. Realizar a cooperação internacional, resolvendo os problemas internacionais de
carácter económico, social, cultural ou humanitário, promovendo e estimulando o
respeito pelos direitos do homem e pelas liberdades fundamentais para todos, sem
distinção de raça, sexo, língua ou religião;
4. Ser um centro destinado a harmonizar a acção das nações para a consecução desses
objectivos comuns.»

sábado, 6 de fevereiro de 2010

O Segundo Conflito Mundial

A Primeira Guerra Mundial transformou a Europa num continente totalmente destruído e sem qualquer capacidade de prosseguir o seu desenvolvimento. Um continente que outrora fora uma potencia mundial passava agora a depender dos EUA que se revelaram a nova potencia mundial e que eram o grande financiador da reconstrução europeia. Com o desenrolar do tempo a Europa começava a recuperar dos estragos da guerra, no entanto, surge um novo obstáculo a essa recuperação - a crise americana dos anos 30. Consequentemente, a Europa volta a cair e entra novamente em crise. Toda esta situação favoreceu o aparecimento dos movimentos fascistas que sugiram aos olhos da população com promessas de melhoria relativamente à crise em que se encontravam os países europeus. As caracteristicas do fascismo levaram à contestação social; uma delas era o imperialismo, que se revelou nas várias invasões realizadas, por exemplo, pela Alemanha (país governado pelo nazismo).

Assim, a Segunda Guerra Mundial, teve início a 1 de Setembro de 1939, aquando a invasão alemã da Polónia, que gerou um descontentamento em Inglaterra e França, que declararam guerra à Alemanha. Formaram-se dois blocos: um constituído pelos países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão) e outro pelos países Aliados (Reino Unido, França e Polónia), aos quais foram posteriormente aderindo outros países.

O Japão, país aliado da Alemanha, ataca a base americana de Pearl Harbour no dia 7 de Dezembro de 1941, o que originou a entrada dos EUA na Segunda Guerra Mundial em 1942. Desta forma, o ano de 1942 foi caracterizado por mudar o desenrolar da guerra: no Pacífico, a ofensiva japonesa foi travada na batalha de Midway e os EUA deram início à reconquista das posições ocupadas pelos Japoneses; a Alemanha sofreu mais um passo para a sua derrota no Norte de África com a batalha de El Alamein; na frente oriental, a derrota alemã em Estalinegrado, em Janeiro de 1943, marcou o avanço soviético.

Desde o início de 1943 que os Aliados atacavam continuamente todas as frentes; em 1944 o exército soviético deu início à incursão em território alemão, e os Aliados abriram uma terceira frente europeia em França, com o desembarque na Normandia. Nos primeiros meses de 1945, conjugaram-se a grande ofensiva soviética e as ofensivas anglo-norte-americanas, que provocaram o suicídio de Hitler e a rendição da Alemanha em Maio. No Pacífico, o governo dos EUA lançou bombas atómicas sobre as cidades de Hiroxima e Nagasaki, que provocaram quase 200 000 mortos; o Japão rendeu-se em Setembro de 1945.

Assim, deu-se o fim da Segunda Guerra Mundial, da qual saíram como principais vencedores os EUA e a URSS, que se tornaram nas duas potencias mundiais que viriam governar o mundo futuramente.