segunda-feira, 12 de abril de 2010

A economia portuguesa entre 1945 e o início da década de 70

Durante o período do segundo pós-guerra e o inicio da década de 70, Portugal centrou a sua economia na manutenção de estruturas que dificultavam o crescimento económico.
No que diz respeito à agricultura, o principal problema residia no desequilíbrio da estrutura fundiária que tornava difícil tirar rendimento do cultivo: no Norte as explorações agrícolas continham, em média, menos de 10 hectares, enquanto que, no Sul rondavam os 50 hectares. O II Plano de Fomento realizado em 1959, que apostava na mecanização de explorações de tamanho médio, não foi concretizável por oposição aos latifundiários.
Assim, o défice agrícola foi aumentando no percorrer dos anos 60 e inícios de 70, ao mesmo tempo que a população rural fugia à miséria através da migração para as cidades do litoral ou da emigração para a Europa desenvolvida e para o continente americano.
Relativamente ao sector industrial, este não constituía a prioridade de Salazar; a escassez de produtos industriais durante a Segunda Guerra Mundial evidenciou o problema de dependência que Portugal sofria face ao estrangeiro. Seguindo a lógica dos regimes de tipo fascista em atingir a autarcia económica, o Estado Novo promulgou, em 1945, a Lei do Fomento e da Reorganização Industrial, com o intuito de substituir as importações.
Em 1948, Portugal aderiu à OECE (Organização Europeia de Cooperação Económica), beneficiando de apoio financeiro proveniente do Plano Marshall entre 1949 e 1951.
Desde 1953, começaram a ser elaborados os Planos de Fomento para o desenvolvimento industrial. O I Plano (1953-1958) e o II Plano (1959-1964) davam continuidade a ideia de autarcia e à substituição das importações; é só com o Plano Intercalar de Fomento (1965-67) e o III Plano (1968-1973), a partir de meados dos anos 60, que é delineada uma nova política económica pelo Estado Novo. Deste modo, a produção industrial passou a ser orientada para a exportação, a industrialização tem prioridade face à agricultura, estimula-se a concentração industrial e, passou a admitir-se a necessidade de rever a lei do condicionamento industrial que colocava entraves à livre-concorrência.
Devido a esta inversão na política económica portuguesa e à adesão do país a organismos internacionais, registou-se, nos anos 60, um crescimento económico assinalável.

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