quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Propagação dos princípios fascistas

Os princípios fascistas eram totalmente contrários aos dos regimes demoliberais, que predominavam na Europa no inicio do século XX. Enquanto que nestes existia o direito à igualdade e liberdade, era reconhecido o valor da individualidade, o Estado era neutro, sendo que era realizada uma divisão dos poderes e, devido à existência do Parlamento, era possível a participação dos cidadãos na política sem a discriminação de classes; o regime fascista caracterizava-se por princípios opostos: o totalitarismo, o antiparlamentarismo, o culto do chefe, o militarismo, o imperialismo e o corporativismo. Nestes princípios, estava patente a ideia de que o Estado se estendia a todos os aspectos da sociedade, controlando-a; era proibido o sufrágio universal, assim como a existência de mais do que um partido, e portanto era imposto o partido único; havia uma concentração dos poderes jurídico, legislativo e executivo numa figura inquestionável; existia a crença na virtude da violência e do sacrifício individual em beneficio da extensão do império; este regime caracterizava-se também pela ambição da conquista de mais espaço, de forma a aumentar o império; e, existiam organizações que uniam os operários com os patrões, com o intuito de evitar a contestação social, e por conseguinte fazer progredir a produção, contribuindo desta forma para a auto-suficiência do país.
A doutrina fascista foi difundia através do enquadramento das massas e do uso da violência, sendo que para tal, foram criados vários organismos. As organizações juvenis, formava a mente dos jovens desde muito cedo, incitando-os à violência e ao autoritarismo; na Itália denominavam-se por Juventudes Fascistas, e na Alemanha por Juventudes Hitlerianas. As filiações no Partido Fascista (Itália) e Partido Nazi (Alemanha), permitiam o acesso facilitado a determinados cargos, traziam benefícios e um estatuto superior. Através de organismos como a Frente do Trabalho Nacional-Socialista (Alemanha) e das corporações italianas, aplicava-se o princípio do corporativismo, evitando a contestação social e controlando a classe operária. As organizações recreativas e culturais asseguravam-se de que todos estes princípios eram propagados mesmo durante os tempos livres da população. Os Ministérios da Propaganda, tinham a função de estudar os meios de comunicação - que influenciavam a opinião pública - e de controlá-los, fazendo com que a informação passada por estes elogiasse o fascismo. Através destas medidas e destes organismos, foi feito o enquadramento das massas. Aliado a este enquadramento, foi também utilizada a violência como forma de preparar os seres humanos para o sacrifico individual, de forma a aperfeiçoá-los, e foi também o meio que os fascistas usaram para chegar ao poder e para se manterem lá. Fizeram-no através de milícias que consistiam em grupos armados ao serviço da perseguição política - na Itália foi criada a Milícia Voluntária para a Segurança Nacional, e na Alemanha foram criadas as S.A. (1920) e as S.S. (1925); da criação da polícia política - na Itália denominada por Organização de Vigilância Repressiva do Anti-Fascismo (OVRA) e na Alemanha por Gestapo; e também através de campos de concentração, que foram criados apenas na Alemanha, onde se encontravam as vítimas da perseguição do regime fascista, que eram forçadas a realizar trabalhos pesados, eram submetidas à tortura e ao assassínio em câmaras de gás.

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